domingo, 20 de julho de 2008

Actividades para o "Ser Parte"

A. Actividades para todos os utentes

1. "Bailarico";
2. Dar os "bons dias" e "boas noites diariamente";
3. Churrascada.

B. Actividades para utentes com boa mobilidade

1. Passeios pelo jardim - também para os de cadeiras de rodas que o queiram -;
2. Gincana de jogos tradicionais;
3. Bowling, malha e similares.

C. Actividades para utentes sem mobilidade

1. Conversas com os utentes acamados .

D. Actividades para "utentes de ATL"
1. Quadros de nós;
2. Pinturas;
3. Gincana de artes plásticas;
4. Jogos de tabuleiro e similares;
5. Tarde de cozinha;
6. Leituras/respresentações de contos;
7. "Fogo de Conselho": gritos, danças, cantigas e peças feitas por nós.

E. Outros

1. Oferecer lenços e anilhas aos utentes;
2. Participação nas actividades calendarizadas;
3. Tardes de quarta-feira de folga para nós.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O Escafandro e a Borboleta


Na visita à casa do Pousal, o Sr. Vítor cheio de entusiasmo, desmitificou este lar e apresentou-o como uma casa muito acolhedora cheia de pessoas especiais que vale a pena conhecer.
Em algum ponto da nossa conversa, quando nos tentava explicar quão especial pode ser cada utente do lar, falou-nos de um livro de poemas escrito pelo Vítor e pela Freddy (ambos utentes do lar), e de outro, O Escafandro e a Borboleta, escrito por Jean-Dominique Bauby que foi atingido por um "locked-in-syndrom", ou seja, estado caracterizado por um total desempenho mental mas sem movimentos fisicos (semelhante ao Vítor). Disse-nos ser o livro ideal para percebermos o que podemos encontrar no Pousal.

À medida que fui lendo, foram inúmeras as lições que aprendi...era crescente a minha admiração pelo autor e a minha perplexidade perante pequenos acontecimentos, que poderiam ser encarados como um grande milagre ou uma grande catástrofe.

Li o parágrafo de apresentação na capa do livro que diz:
"Jean-Dominique Bauby, nascido em 1952, pai de dois filhos, era redactor-chefe da revista francesa Elle quando foi vítima de um locked-in syndrome, uma doença rara, que o deixou lúcido intelectualmente, mas paralisado por completo, só podendo respirar e comer por meios artificiais e mover o olho esquerdo.

Com este olho piscava uma vez para dizer sim e duas vezes para dizer não. Com ele chamava também a atenção do seu visitante para as letras do alfabeto, formando palavras, frases, páginas inteiras. Assim escreveu este livro: todas as manhãs, durante semanas, decorou as suas páginas antes de ditá-las, depois de as ter corrigido mentalmente durante a noite."

E palavra após palavra fui percebendo realmente o esforço feito por este homem para nos apresentar o interior do seu escafandro, mas, principalmente para nos dar a oportunidade de perceber que o escafandro não é oco...há lá uma borboleta
...uma bela e admirável borboleta cheia de vida.

É um livro precioso!!Uma obra prima com uma força incrível.
Fiquei ainda com mais vontade de ir para o Pousal.

Não deixem de ler......
(também existe em filme)