Após um momento inicial de partilha de informação, o Sr. Vítor, que nos recebeu, conduziu-nos numa visita pelo lar. Se até então fora a nossa imaginação a orientar o projecto, aquele era o momento de “choque” com a realidade, o momento em que deixávamos de imaginar como seriam os utentes do lar, mas em que realmente percebíamos a “profundidade” das deficiências que habitavam em cada um.
Encontramos pessoas deficientes que espalhavam boa disposição, que nos recebiam com a maior alegria e outras que simplesmente ficavam indiferentes. Algumas estavam completamente aptas fisicamente, enquanto outras estavam presas a uma cadeira de rodas ou uma cama. Com algumas era possível estabelecer um diálogo, enquanto para outras o sorriso já era o muito que nos podiam dar.
Todos vivem num ambiente simpático, uma casa grande com boas condições que satisfazem as suas necessidades, rodeadas de profissionais que para além de trabalharem na ocupação do tempo livre de uma forma didáctica e a zelar pela saúde e bem-estar, dão-se de coração para que a qualidade de vida seja a melhor possível.
Foi ainda mais emocionante sentir que podíamos “Ser Parte” de tudo aquilo. Sentir que teremos a oportunidade de contribuir para que cada dia seja mais fácil de ser vivido, ou que o seja ainda melhor, e por outro lado, aprender muito com o que cada um tem para dar, mas principalmente aprender a verdadeiramente aceitar, respeitar e conviver com a diferença.